Semente Germinada!
Benguela!.. menina morena... de cores quentes,
vibrantes, de muita luz, minha vida... vivida.
Menina dos meus olhos...
És o meu coração... à deriva.
Semente do meu ser... na seiva de um imbondeiro.
Um dia parti. Sim, parti... a rastos...
De ti!? Notícias temidas... gemidas...
febris...quase esquecidas, adormecidas...
Oh, Benguela! Para que não me roubem de ti,
no calor do meu regaço, acomodo-te...
dia após dia e, tão delicada e mansamente,
contra o meu peito dolorido, te aperto...
acaricio-te... afago-te! Há quantos anos!...
Por quantos mais!?
Conto-te segredos do meu viver...
do meu querer... Digo-te como estou, agora!
Sabes!? Tenho medo que minhas lágrimas
se transformem em rios e se percam... por aí!
Minhas lembranças misturam-se, criam uma névoa,
tão densa, mas tão densa... que me esvais,
entre os dedos... Falham-me as palavras
e os pensamentos...
Benguela!... sou feliz por ti. Voa... busca a liberdade!
Voa tão alto... tão alto quanto possas... lá de cima
talvez me aches e, num cordão mágico e dourado...
me leves, para casa!
Maria Celeste
Neste poema digo:
da minha saudade...
minhas lembranças...
e da minha solidão!
Por estar fora de casa...
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