A Cidade Mãe
e a sua Província
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- Fortaleza de S. Filipe de Benguela: A primeira fortaleza foi mandada construir por
Manuel Cerveira Pereira, em 1617. Reedificada em 1661. Novamente reconstruída em 1694. Ainda
reedificada por ter sido destruída pelos franceses (1705) em 1710. A aguarela que se apresenta
em "Registos Fotográficos" é da última fortaleza, que foi construída em 1769, desde os seus
alicerces, durante o governo de D. Francisco Inocêncio de Sousa Coutinho. A sua criminosa
demolição pricipiou em 1906 e terminou, depois de várias paragens, em 1918.
(Apontamentos coligidos por Alfredo de Freitas para o seu Álbum "Angola fins do séc. XIX e
princípios do séc. XX", in "Benguela Cidade Mãe de Cidades", de Abel Augusto B.G. Bolota.)
- Igreja Matriz de N.S. do Pópulo, cuja data da construção é 1748, foi presumivelmente
a primeira construção de pedra e cal que se edificou na cidade de Benguela. Desconhece-se a
data em que teve início a obra, assim como quem a projectou. O que se conhece da sua
história está gravado na lápide do tímpano da porta principal, que apenas refere o nome
de quem a ergueu e a data da sua fundação:
A Igreja de N.S. do Pópulo, em Benguela, o mais antigo e notável modelo do barroquismo
português, estilo colonial, da África Ocidental, é o único exemplar de arquitectura do
século XVIII e também o templo mais antigo do Sul de Angola. É, por isso, Monumento Nacional.
Está ligada à Inconfidência Mineira (Brasil) porquanto foi ali que foi sepultado o companheiro
de Tiradentes, Francisco José Ribeiro, trasladado para Ouro Preto em meados do séc. XX,
juntamente com os seus companheiros de degredo.
- O Senado Municipal de Benguela (Câmara Municipal), cuja criação recebeu o consentimento
régio em 1770, foi fundado no ano seguinte. Na época, era governador de Angola Francisco
Inocêncio de Sousa Coutinho. Em Agosto de 1772 entrou em funcionamento em termos normais:
"Com a criação deste melhoramento público, a cidade de S. Filipe alcançava uma prerrogativa
das mais valiosas, conquistando a importância que lhe fora negada durante século e meio.”
- Alfândega: Não se sabe ao certo a data da primeira construção. Deve ser anterior a
1833, mas tanto esta como outras posteriores, foram destruídos pelo mau tempo e também por mal
construídas e com fracos materiais; o actual edifício data de 1870 (início da construção) e
deve-se aos comerciantes da época, que abriram uma subscrição para a sua construção. Sofreu
vários melhoramentos, destacando-se os de 1914, que foram os mais importantes.
- Cabo Submarino (c. 1889). Foi recuperado e é presentemente denominado Edifício da
Cultura.
Foi em 1889 que a CS Scotia lançou os cabos telegráficos pela costa ocidental africana. A West
African Telegraph Company, na Cidade do Cabo, ficou ligada a Mossâmedes, em Angola. No mesmo
ano, a IRGP estendeu o cabo de Mossâmedes a Benguela e a Luanda. Quatro anos depois o cabo
dava literalmente a volta ao mundo, revolucionando as comunicações. Informe-se sobre a
instalação do cabo submarino em
History of the Atlantic Cable & Submarine Telegraphy - Cable & Wireless.
NOTA: Estes dados constam da página de Carlos Pires (http://www.cpires.com/benguela.html - Carlos
Pires, Angola, Benguela - do passado ao presente ), a quem solicitei autorização para adaptar o
seu texto. Ao conceder-ma, comentou: "O Cabo Submarino é de facto fantástico. O telex foi
a Internet no limiar do século XX. E o prazo, curtíssimo, em que os cabos foram lançados, ainda
hoje espanta."
O cabo submarino iniciou as suas funções em 1900. Vale a pena recordar os vários aspectos
técnicos dos surpreendentes mas engenhosos métodos através dos quais se conseguia que 5 (cinco)
operadores transmitissem, simultaneamente, sinais de Morse, numa época em que não existiam as
técnicas de modulação de sinal.
Os 2 motores que acionavam a rotação sincronizada dos braços de "A" e "B" (um processo lento e
fastidioso, que era levado a cabo com regularidade) de modo a que, no contacto "A", houvesse um
operador na posição 2 do Terminal "A", no contacto "B", um outro operador na posição 2 do
Terminal "B". Deste modo, os operadores 1, 2, ... 5 do Terminal "A" estavam em contacto
temporário com os operadores 1, 2, ... 5 do Terminal "B". O tempo de rotação do braço em cada
ponto de contacto era o suficiente para se transmitir ou receber 2 ou mais sinais de Morse. A
velocidade de transmissão era sincronizada pelos operadores.
O esquema abaixo, enviado pelo meu amigo Américo Ferreira da Silva - expandir a fotografia
-, demonstra esse funcionamento. Era a versão mecânica do que é hoje em dia efectuado
electronicamente e denominado "time division multiplexing".
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A Morena, na cidade de Benguela, a de Stº António, a Baía Azul ou Baía das Vacas, a Caota e Caotinha, a Baía Farta (importante centro piscatório), as Pedras do Sombreiro, Praia da Cachama.
Morro do Capilongo, Platô Grande de Benguela, Morro da Chimalavera, Mamué, Binga, Catengue, Coporolo e Calaanga.
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